Com a participação de cerca de 150 profissionais dos Creas e do Confea, foi iniciado na tarde de 5 de novembro de 2020, o 1º Encontro Nacional de Planejamento e Gestão do Sistema Confea/Crea. A padronização de dados e resultados dos processos finalísticos do Sistema norteia as discussões que prosseguem nesta sexta, por meio de workshops em torno dos eixos: Dados e Indicadores Exercício Profissional (Registro profissional, empresas e ART); Dados e Indicadores Contábeis-Financeiros e Dados e indicadores de Fiscalização. As estratégias em construção obedecem à nova regulamentação do processo de prestação de contas, fundamentada na Decisão Normativa 187 /2020 e na Instrução Normativa 84/2020, do Tribunal de Contas da União - TCU. O evento é organizado pela Gerência de Planejamento e Gestão do Confea e contribuirá para a apresentação dos Relatórios de Gestão 2020, cujo prazo é 31 de março de 2021. 

A principal preocupação do TCU é com a elaboração de um relato de gestão integrado, praticamente uma mudança de cultura na prestação de contas de todos os órgãos da administração pública. “Significa que as informações do relatório de gestão são integradas, há uma coerência em cada capítulo com todo o relatório, entre as informações financeiras e as não financeiras. Essa é uma ideia ainda em fase inicial, buscando o valor público, a satisfação das necessidades da população. Essa ideia ainda precisa ser amadurecida nos relatórios de gestão. O valor da organização é dado pelo cliente. Inovações e buscas de valor estão sendo muito valorizadas. Indicadores precisam estar vinculados aos objetivos estratégicos, conforme o planejamento e a missão da organização. Por outro lado, os resultados têm que ser apresentados por meio dos mesmos indicadores. A métrica tem que ser a mesma. Essa é outra característica do relato integrado”, comentou o auditor do TCU Augusto Gonçalves Ferradaes, responsável pela abertura do evento com a palestra “Conceitos e Paradigmas do Novo Processo de Prestação de Contas”.

Experiência do Crea-MG - Uma experiência dos Regionais foi apresentada pelo superintendente de Estratégia, Gestão e Tecnologia do Crea-MG, eng. mec. César Augusto Paiva. Com base na plataforma Corporate Performance Management (CPM), o modelo de gestão adotado “proporciona uma visão macro”, que considera a análise de cenário, “brainstorming”, “compliance”, avaliação de conjuntura, Análise SWOT (Força, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças, na tradução para o português), até os resultados do Congresso Estadual dos Profissionais (CEP) e da própria vivência pessoal do presidente Lucio Borges, “partindo para a modelagem de negócio, a formulação de projetos estratégicos e o estabelecimento de indicadores e do ritual de ‘performance’ de acompanhamento dos processos”.

Com uma ampla consulta à sua estrutura funcional, o Crea-MG detectou mais de 47% de inconformidades. A metodologia envolveu, então, a “observação do relacionamento com os clientes”, elaborando 20 ações estratégicas, desdobradas em 28 projetos estratégicos. “Temos acompanhado a concepção dessas tarefas, estabelecidas no planejamento. Buscamos implantar a gestão de resultados na fiscalização do exercício profissional para alavancar o processo. Depois, estabelecemos métricas e compromissos. E foi efetivado. Estamos fazendo o processo rodar”. Após receber do Confea os indicadores de governança e gestão (Estratégico, Resultado, Qualidade e Produtividade), em 2018, o Crea-MG vem conseguindo desdobrá-los nos processos do Regional, promovendo análises sistemáticas de cada um deles. Confira a apresentação do Crea-MG.

“É um processo que vem se consolidando a cada dia. Temos oportunidades de desenvolvimento. A estrutura está bem operacional, apurando a ‘performance’ e a média de fiscalizações diárias realizadas e autos emitidos por fiscalizações realizadas, dois indicadores do Confea. E ainda autos julgados em relação aos autos emitidos; autos julgados como precedentes e autos regularizados. Quando a gente estabelece a performance, estabelece um peso para os resultados porque a gente entende que o indicador de forma isolada não tem uma significância. A gente já viu a necessidade de avançar nesse processo. Não adianta gerar um auto de infração, se ele não chegar aonde tem que chegar. Hoje, temos processos acumulados, temos que baixar para produzir mais do que a gente tem produzido. Por isso, temos um indicador de qualidade, que está sendo desenvolvido. Nossa meta é que pelo menos 85% dos autos sejam efetivos. Temos feito uma análise crítica dos nossos processos para que a gente associe isso a entregas. Quando a gente partiu para a Resolução 1047, a gente subiu o número de autuações, em torno de 70 por cento, de leigos que não tinham um responsável técnico pela obra ou serviço. A gente quer a regularização dessa situação, não quer pagamento de multa. A sociedade vai ter o reconhecimento de que a gente está agregando valor”, descreve César Paiva.


Adaptado do Confea
Confira a matéria completa https://www.confea.org.br/encontro-define-rumos-da-prestacao-de-contas-no-sistema